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terça-feira, 30 de abril de 2013

REGRESSO AO ALQUEVA



A Travessia da Primavera da KFP era aguardada com muito muita expectativa! O precedente, em 2011, tinha sido uma boa aprendizagem em travessias, pese embora a paisagem algo monótona e tipicamente árida que encontrámos nessa ocasião.







Arrancámos da Figueira no fim da jornada de trabalho, numa sexta feira que os meteorologistas garantiram ser o fim do inverno. A bagagem fora toda preparada de véspera e foi só encaixar tudo como um kit. Os kayaks ainda não aprenderam a fixarem-se sozinhos, mas colaboraram! Apesar de os dias estarem já mais longos, a viagem fez-se de noite. Até passar a sul do Tejo, a viagem não se sentiu. A partir de Coruche, independentemente das circunstancias, aquela estrada tem uma conotação muito particular, o ar que entra pelas frinchas sabe bem! Caminho muito fácil, muito linear, apenas com uma pequena hesitação em Borba - mas nada de "bocas", pois as adegas já estavam encerradas!


Já passava da meia noite quando passamos pela aldeia de Rosário e trilhámos o caminho de terra até ao parque de campismo rural, onde já nos aguardavam alguns aventureiros. Montámos a tenda e colocámos "aquela" conversa em dia. Aguardava-nos uma noite gelada.



A manhã de sábado foi de sorrisos. O sono foi curto e quase glacial para quem esperava mornura alentejana, mas o resto compensou. O cheiro, as vozes, as caras, os reecontros e, principalmente, os kayaks e a paisagem!



Metemo-nos na água rumo a Monsaraz, vinte e cinco quilómetros mais á frente. Os registos fotográficos hão-de descrever melhor do que quaisquer palavras essa jornada.

Custou! A paisagem serviu de estímulo, mas custou! A companhia serviu de distração, mas custou. O desafio motivou para puxar mais, mas custou! Finalmente, chegámos ao destino: um espelho de água, colinas cobertas por um tapete colorido e uma vila branquinha com uma castelo lá no cimo do monte mais alto.




Os efeitos do reumático, ciática e esclerose intensificaram-se ao fim do dia. Ainda assim, recolheu-se o material e apontou-se baterias a um delicioso e nada saudável jantar que os elementos mais adiantados foram preparando.


A segunda noite foi menos fria e melhor dormida. Não há nada como uma boa sova no corpo regada com bom tinto e Licor Beirão e um estômago forrado a carne grelhada, para ter uma retemperante noite de sono.




No Domingo recebemos um dia com céu azul, sol, passarinhos a cantar no céu, atmosfera límpida, aroma a ceara e ervas. Quase tão bom como o cheiro do neoprene novo! Foi hora de recolher o estendal e partir para Monsaraz, a partir de onde uma albufeira do Alqueva a transbordar nos reservada ainda mais beleza e surpresas.









Nestas travessias, seguimos o grupo e não pensamos para onde vamos nem como regressar nem nada: vamos, e pronto. Algures no percurso entrámos por uma espécie de enseada inundada pela cheia e, depois de percorrer algumas centenas de metros por entre copas e ziguezagueando entre ramos de árvores , chegamos a um local rochoso, estreito e alto, em que a descida das águas formava umas pequenas cascatas em tobogã. Ninguém esperava estas vistas em pleno Alentejo, só mesmo o inverno chovoso justifica o caudal suficiente para fazer funcionar aquela pequena cascata.

Porém tinhamos que regressar á civilização, tratamos de acostar num daqueles prados manchados de lilás, branco, amarelo e azul para repor forças e, depois da foto de família, regressar a Monsaraz.

Muito confortavelmente amassados regressámos á Figueira já a pensar na Travessia de Verão que vai ser no Gerês.

Deixamos um resumo de imagens do nossos amigo Rui e Catarina, grandes companheiros, pagaiadores e realizador! Viva la revolución!



E uma pequena brincadeira com algumas das imagens "de marca" que ficaram