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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Travessia de Outono

No fim de semana transacto decorreu, na Figueira da Foz, a Travessia de Outono, uma organização da KFP. Tratou-se de um passeio, em kayak de mar, pelo estuário do Mondego. O porto de pesca, as docas de recreio, os canais da Morraceira, os acessos ao moinho de maré e ao museu do sal eram os pontos a visitar.


Enquanto uma representação do FKC se fez deslocar à Galiza para participar no Open de Kayaksurf de Bastiagueiros, um outro grupo deixou-se ficar mais perto de casa com o intuito de participar na Travessia.


Com a já tradicional pontualidade figueirense, juntámo-nos aos restantes aventureiros no porto de abrigo da Gala. Toca a fazer o estendal do costume, vestir os fatos de banho, botas, licras, neoprenes, impermeáveis, coletes, chapéus, bucha (muito importante!!) e máquina fotográfica á mão. Kayaks na água, fixam-se os saiotes, mão firme na pagaia e já está! Vamos rumo ao Mondego, deslizando suavemente por debaixo da Ponte dos Arcos levados pela maré descendente. 

Um primeiro desvio é realizado em direcção á doca de pesca. Aroma forte e sugestivo e óleo na água qb foram os ingredientes. Seguiu-se o atravessamento do Mondego, espantosamente liso e sem ponta de vento, rumo á doca de recreio. Daqui tem-se uma prespectiva sui generis do centro da nossa cidade. Seguidamente rumamos para montante, ziguezagueando por entre os pilares que suportam a plataforma do cais comercial. Naquelas pernonas de betão observamos enormes mexilhões que nos lembram um certo universo vicentino ;-).

Entretanto, chegou a tão aguardada hora da bucha que já há algum tempo era reclamada por alguns estomagos mais desconsolados. Cada um fez o seu governo e retomou-se a pagaiada em direcção a montante, a passo lento, de forma a não ultrapassar a maré. Chegados ao canal que permite o contorno da “ilha” da Morraceira houve que esperar por caudal que permitisse a transposição do lamaçal. Mais uma vez, perfume que nos remeteu para o universo vicentino. O passar do tempo trouxe a maré e efectuou-se o vôo sobre a lama. De novo em águas mais amplas, sentimos a solidão, o isolamento, a beleza da paisagem e o companheirismo dos aventureiros. Rumamos, então,por um canal largo ao antigo moinho de maré. Espaço singular mas lamentavelmente, pior do que fora de usos, fora de roteiros. Mereceu uma visita minuto. Chegou a hora do regresso pois a fadiga não perdoa. Houve ainda tempo para uma pequena portagem num segundo canal, de acesso ao eco museu do sal, que oportunamente será concerteza merecedor de visita apropriada e mais animada. O regresso é sempre o que mais custa. Descemos, os últimos dois aventureiros, rumo ao porto de abrigo da Gala, contra o vento e contra a maré - literalmente! E a chegada é tão boa como a partida.

Não participámos no dia 2 por pressão de outros afazeres mas foi uma experiência óptima. Foi estupendo o conhecimento que se travou com os aventureiros da Nabância e foi uma concretização notável, a primeira aventura em kayak de mar da Marta!
Uma nota final para o teste efectuado a 2 pagaias Ophion Touring de carbono amavelmente cedidas pela RPF. Uma, com uma pá XL, revelou-se uma arrastadora brutal de àgua, uma excelente manobradora, silenciosa e ultra leve; a outra, de pá mais pequena, mostrou-se mais equilibrada e mais apropriada para longos periodos a pagaiar.

Até á próxima!

Reportagem fotografica com banda sonora dos Toy Dolls: