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segunda-feira, 2 de abril de 2012

SURF SAGREX



Neste início de semana pascoal, a nossa cidade recebeu a visita do maior e mais belo dos kayaks: o Navio Escola Sagres.



No Domingo pela manhã, enquanto surfávamos entusiasmados no quinto molhe, observámos esta escuna a fazer deslizar suavemente as suas mil e novecentas toneladas barra dentro. Foram gorados os planos acompanhar a chegada do Sagres em kayak de mar, desde logo pelo desconhecimento da hora certa de chegada, mas principalmente pelo apelo da surfada. De facto, este fim de semana foi pródigo: a lisura do Atlantico que banha a nossa costa não se verificou na praia do quinto molhe.

Não se acompanhou por mar, mas visitou-se por terra. O Sagres recebe visitas particularmente apreciadas pela canalha. Realiza-se um percurso circular no convés, muito interessante, em que se observam “indícios” do que deverá ser a vida  abordo. Duas passagens muito curiosas: uma pela cozinha, em que o aroma (hummm!!) fez jus à boa reputação da gastronomia a bordo; outra, pela sala de pilotagem (dir-se-á mesmo assim??) repleta de aparelhómetros, ecrãns, computadores velhos e muita quinquilharia de apoio à navegação. No exterior: o “acelarador”, o “volante” - devidamente trancados, não vá algum visitante mais traquina querer levar o Sagres a dar uma voltinha....! Tudo impecavelmente limpinho, arrumado, madeiras com o lustro bem puxadinho e metais super polidos e reluzentes! E sim, é mesmo verdade: tem três mastros gigantes, montes de velas - impecavelmente enroladas. Este edifício é tão grande e pesado que é incrivel que consiga flutuar!


No mar, houve actividade como há muito não se via. O Atlântico tem andado meio enjoado e neste fim de semana acalmou - até demais. Assim, fomos encontrar na praia do quinto molhe uns spots que foram ganhando forma com a maré - e com a vontade!; sim, o Atlantico recebeu transmissão de pensamento e acedeu!! Fomos uma meia duzia de criaturas nauticas montados nos seus kayaks. No sábado foi uma verdadeira kayaksurf session. Deu para experimentar a sela de Sharks, Sharks II (é mesmo levezinho e anda que se farta!!!) e Maoris (pesadote, que a idade não perdoa, mas manhoso como o raio!). Deu para experimentar o selim de diversas vagas, com extensões, madeixas, permanentes, rastas, etc. Ao fim de cerca de três horas, capitulámos e regressámos ao Continente - extasiados.


No Domingo, os astros quiseram que tivéssemos mais três horas de violência gratuita e puro prazer em àgua salgada. Que mais dizer? Quando o mar mexe queremos é estar lá - no epicentro. O resto é conversa. O tempo durou o que tinha para durar. As forças afogaram-se e a fome apertou. Fomos obrigados a regressar ao mundo real para recolher alimentos - e a vida continua.

Nota final: os tontos, como eu, que ainda pensam que o Sagres é feito de madeira - desiludam-se. É mesmo ferro.... “tecla 3!!”, diz a canalha.