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terça-feira, 17 de julho de 2012

NÃO HÁ AMOR COMO O PRIMEIRO - PARTE II

Maori. Chama-se RPF Maori.

Ainda não foi há dois anos e picos que tudo começou.

Uma das classificações possíveis para os extintores de combate a incêndios é se estes são portáteis ou transportáveis. O Ocean Kayak Yakboard é transportável - e ateia fogos. Foi num destes petroleiros, já com muitas horas de navegação, que me iniciei no kayaksurf. Como todos, comecei a surfar num Yak. Petroleiro versátil, foi necessário acrescentar-lhe um encosto lombar e fitas finca joelhos. Na época, não sabia bem para quê, mas o efeito comprovou-se pouco mais tarde.

Como todos os principiantes que não sabem avaliar as condições, entrávamos em tudo o que era mar. Tem ondas? então bora lá! Com a experiência, veio o medo e a consciência de que ondinhas bem desenhadas em terra podem ser vagalhões quando estamos sentados no ground zero e estas passam subitamente de um estado de suavidade para violencia - e nos arrebanham numa súbita caracolada centrifuga e salgada. Depois de um certo dia que eu cá sei na Murtinheira tudo mudou. Disseram-me que a a Murte é uma curte - mas a pancada tem limites.

Com a evolução, veio a necessidade de novos desafios e de maior “requinte”. Queria uma daquelas coisas de fibra de vidro em que via aqueles que considerava “pros”. Foi então que me estreei num shark. Naquele dia, o Cabedelo estava bem povoado e então fomos para o pico alternativo mas eu deixei-me ficar sempre ao lado - só queria equilibrar-me. Deu-se o click. Dei o salto. Tornei-me comprador e fui ao mercado em busca de oportunidade.

Já tinha cavalgado aquela coisa branca. Mas o assento estava subido e tremíamos por todos os lados. O Maori era branco, com o fundo rosa suave e na tinta tinham misturado purpurinas. As fitas finca joelhos eram fitas como as que se usam em mercadorias, nada de cenas almofadadas! Fiquei a saber que tinha sido o primeiro a ser feito - por isso temmais uns quilos de matéria prima no pelo. E tem mais umas coisas também. Tem história. Fiquei com ele.

No inicio estavamos presos. O Maiori e eu também. Eu, fui-me soltando. Ao Maori, apliquei-lhe uns patilhões em pvc tamanho mini - que o fez acelarar que nem um doido.

O tempo passou e temos ambos aprendido bastante. Temos recordações de andar num tunel feito pela onda e de sair dele - quase secos (um quase pequenino). Lembramo-nos de um dia ter aparecido uma parede de àgua, atrás de nós, a formar-se da esquerda para a direita - e desenhámos uns S’s em cima dela. Temos levado umas boas sovas de massas de água que  reivindicam o direito à auto determinação.

 Ainda oscila, mais do que vejo os outros tremer. É nervoso, o garanhão.

O Maori regressou da oficina com umas manchas brancas no lugar das mazelas - porque a tinta rosa com purpurinas já não se faz mais.