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sábado, 7 de julho de 2012

TRAVESSIA DE VERÃO KFP 2012 - DOURO VINHATEIRO

Coimbra, 30 de Junho de 2012, 05:29 am: PARTIDA!

Depois de uma noite curta e mal dormida, nem o entusiasmo de ir fazer uma pequena autonomia no Douro ajudou a largar a cama. Depois de uma última verificação na fixação dos kayaks ao carro, lá nos metemos ao caminho rumo ao Pocinho. Fomos pontuais à chegada, como todos: pelas 09:30 já estava a malta toda a desmontar o equipamento na margem do Douro. É um momento em que revemos pessoal que apenas encontramos nestas ocasiões e a verdade é que nas Travessias vivem-se momentos únicos que dão origem a laços curiosos.


Os carros ficaram estacionados junto à Estação de Comboios do Pocinho pois o regresso far-se-ia por comboio. Após uma caminhada em corta mato, iniciamos o percurso in Douro. Estava um dia nublado e a chuva que tinhamos apanhado no caminho fez-nos temer mau tempo - para o qual não tinhamos vindo preparados. Afinal, o dia manteve-se ameno. Ainda apanhámos uns pingos junto á foz do Sabor. Bem, e mais á noite ainda pingou com mais severidade - mas foram outro tipo de “pingos” (tintos)!

Após poucos quilómetros, ainda por cima com o vento a favor, chegamos à foz do Sabor, onde há um parque muito aprazível, infraestruturado, e onde estava um grupo de escuteiros e outros passeantes de fim de semana. Após um pequeno periodo em que uns aproveitaram para descansar, outros para uma pequena bucha e outros para uma micro incursão no Sabor, retomámos a aventura Douro abaixo.


O troço que se seguiu foi bastante penoso. Para além do cinzento do céu, o dia tornou-se ventoso com algumas rajadas inesperadamente fortes. A velocidade média baixou - inversamente ao esforço que alimentou a progressão. As margens, rochosas, inviabilizavam algum repouso ou abrigo e a hora do almoço - ou, pelo menos, local para ele se realizar - teimava em não chegar. Após o almoço, prosseguimos com muito esforço e a um ritmo bastante desanimador. Finalmente chegámos a Freixo de Numão onde pernoitámos.


Esta, foi uma autonomia com um sabor algo burguês: no restaurante Bago D’ouro retemperámos as forças e, principalmente, o ânimo - ingerindo sólidos apetitosos e líquidos de perder a cabeça. Pronto, de perder, não; mas de entontecer, isso sim! São estes momentos de convívio que não esquecermos.

Regressámos ao acampamento, para um último petisco e para descansar. Com perplexidade, estabeleceu-se uma estranha comunicação, na noite, com umas criaturas que, na outra margem, emitiam ruidos guturais. Testaram-se vários idiomas, mas os humanos e os aventureiros estavam era a precisar de descanso! A noite foi, de facto, retemperadora de forças e de ânimo - pois o descanso mais importante é o da psique.



O dia nasceu limpo e por cima de nós o céu estava limpo. Só céu azul, mais nada. E, principalmente, a previsão era de vento fraco - factor, só por si, muito animador pois ficáramos colectivamente traumatizados com a ventania da véspera.

Depois de arrumado o estendal, deslizámos alegremente pelo Douro com uma boa velocidade. Desta vez, com maior disponibilidade para apreciar a paisagem. O Douro estava um autentico lençol que reflectia as nossas imagens e as das margens também. Cruzámo-nos com várias embarcações turísticas e ainda espreitámos para o interior do Fernão de Magalhães, ancorado junto ao Messias, onde se encontravam numerosos seniores pertencentes à alta burguesia gringa. Criaturas simpáticas e sorridentes diante de mesas abundantemente empratadas. Pudera, assim também eu sorria! Siga, que temos salsichas, atum e pão de há dois dias para o almoço. Continuámos em ritmo espontâneamente rápido por um troço com altas escarpas até o rio alargar outra vez e chegarmos a Ferradosa. Seguiu-se o repasto e subimos até ao Pocinho em comboio para resgatar as viaturas.


Fim de mais uma aventura.

Uma menção para um pormenor importantíssimo no equipamento. Desta vez estreou-se um RPF Stalk. Já chega de estrear kayaks! Muito obrigado, RPF pela montagem de finca pés á medida de uma certa aventureira de perna pequenina! Fica o conselho aos aventureiros adquirentes de material, para não descurarem as medidas na colocação dos finca pés mas também dos "separadores" dos compartimentos. Esta personalização do navio permitiu-nos mais conforto, segurança e volume.

Não termino sem mencionar a organização impecável do João Simões e o mérito da sua KFPA cada aventura a fasquia sobe!


Até á vista!